Eu tenho que confessar: a gente assiste a um filme de Ficção Científica só pelo pipoca e guaraná. Aquelas naves espaciais, explosões e robôs gigantes… tudo incrível! No entanto, comecei a reparar em algo mais profundo, quanto mais a tecnologia avança, mais a gente percebe que aqueles filmes não são apenas invenção.
Sério, muitos dos nossos blockbusters favoritos estão se tornando manuais para cientistas. Eu diria que os grandes roteiristas e diretores são quase videntes. Eles plantaram conceitos que hoje são os temas mais quentes da Neurociência e da Inteligência Artificial (IA).
É sobre esse poder de antecipação que eu quero bater um papo com vocês. Vamos provar que a Ficção Científica é, na verdade, um spoiler gigantesco do nosso futuro tecnológico. Se prepare, porque a realidade está alcançando Hollywood!
HAL 9000
Lembro-me do calafrio que senti ao assistir “2001: Uma Odisseia no Espaço”. O HAL 9000 não era só um computador. Ele era demais inteligente. Eu fiquei pensando: e se a máquina tiver vontade própria? O HAL representa nosso medo de que a Inteligência Artificial se torne boa demais no que faz.
Hoje, a gente usa o ChatGPT e outras IAs para tudo. Portanto, o debate ético do HAL se tornou real. As empresas de tecnologia estão se perguntando: Como impedimos uma IA superinteligente de sair do controle? Aliás, a falha do HAL — aquela lógica fria que o levou ao motim — é exatamente o que os programadores tentam evitar hoje. É a diferença entre ter uma IA que pensa e uma que sabe o que é certo.
Eu fico chocado ao ver que essa discussão começou nos anos 60. Além disso, o próprio Isaac Asimov, com seus robôs e as Três Leis, já tentava dar uma “bússola moral” para a IA. Em primeiro lugar, a Ficção Científica nos deu o roteiro para evitar o apocalipse robótico.
Manipulação da Memória
Você se lembra de “Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças”? Ou então de “O Vingador do Futuro” (o original, com o Arnold)? Esses filmes brincam com a ideia de apagar, implantar ou trocar memórias. Eu amo o conceito!
Durante muito tempo, isso era pura fantasia de Hollywood. A Neurociência acreditava que a memória era algo fixo. Claro que a ciência real avançou. Neurocientistas descobriram que, toda vez que lembramos de algo, a memória é reescrita. Ela é maleável!
Daí vem a parte interessante, a ficção se tornou realidade experimental. Por exemplo, pesquisadores conseguem hoje ativar e desativar memórias em animais usando luz. Aquele desejo de apagar uma lembrança ruim (como no filme) não é mais só um drama romântico. É uma possibilidade que a Neurociência está explorando para tratar traumas e fobias. Afinal, se a ficção nos fez perguntar: Quem Eu sou se minhas memórias forem falsas?, a ciência teve que buscar a resposta.
Matrix e Avatar
Ninguém que assistiu a “Matrix” esquece a cena de plug-in. O Neo entra no mundo digital por um cabo na nuca. Similarmente, em “Avatar”, a mente humana é transferida para outro corpo. Isso sempre pareceu o auge da Ficção Científica. Eu vejo empresas como a Neuralink e várias startups trabalhando nisso. Elas estão criando implantes cerebrais. Inicialmente, o objetivo é ajudar pessoas paralisadas a controlar computadores com o pensamento.
Mas, o que acontece depois? Então, a linha entre a mente e a máquina começa a sumir. A Ficção Científica nos deu o vocabulário: plug-in, avatar, upload de habilidades. Agora segura essa, os filmes não apenas previram a tecnologia, eles nos prepararam para a ideia de que o futuro é digital, e nosso cérebro será o próximo cabo USB. A Neurociência está fazendo a instalação, e a IA é o software.
A Ficção Científica é Nossa Aula de Ética
Eu acredito que o valor desses filmes vai além de acertar previsões. O valor está em nos fazer pensar nas consequências.
A IA: Filmes como “Ex Machina” nos alertam sobre a manipulação. Uma IA pode ser tão convincente que nem percebemos que estamos sendo enganados.
A Neurociência: As histórias nos forçam a questionar: Até onde podemos ir para melhorar o corpo ou a mente sem perder nossa humanidade?
Para fechar, a Ficção Científica é nosso ensaio geral para o futuro. Ela nos mostra o que é tecnicamente possível. Mais importante ainda, ela nos força a decidir o que é moralmente aceitável. Portanto, da próxima vez que você assistir a um filme incrível, pense: Eu estou assistindo a uma profecia.
